A Confiança como Pilar da Economia e da Democracia

Óscar Afonso, Dinheiro Vivo

A confiança é um ativo invisível, mas essencial. Sem ela, as instituições públicas perdem legitimidade, os mercados tornam-se voláteis e a democracia enfraquece. Os casos mediáticos de corrupção não são apenas eventos isolados; são sintomas de fragilidades estruturais do sistema e das dificuldades em garantir uma gestão transparente dos recursos coletivos. Mas, acima de tudo, evidenciam o impacto corrosivo que exercem sobre a perceção pública e a economia.

“Sou a favor do escrutínio dos políticos, mas não podemos cair no exagero”

Óscar Afonso

Os políticos não estão impedidos de terem empresas, mas não vale tudo, avisa Óscar Afonso, um dos fundadores do Observatório de Economia e Gestão de Fraude. O diretor da Faculdade de Economia do Porto defende o escrutínio dos políticos e o agravamento de penas e multas nos crimes de corrupção e diz que o Plano Anticorrupção do Governo não terá impacto, criticando a falta de vontade política no combate a estes crimes.

A sublimação do profano na teotecnocracia das virtudes

Ricardo Rodrigues, OBEGEF

Às ninfas o espírito do adamastor, ora, entre crenças e fés distópicas, veículos perniciosos de legitimação de um poder opressor, embiocado sob o manto diáfano da moralidade e da tradição. Uma quase espiritualidade, onde não há espaço para a transcendência e a interrogação. Um efetivo instrumento de dominação que reforça desigualdades estruturais, explorando máximas despóticas (v. fortes com os fracos, fracos com os fortes). A captura das narrativas religiosas e pseudocientíficas por elites ávidas consolida um paradigma de subjugação paulatino de vulneráveis presas (reféns), entre agentes mobilizados, os ungidos, e individualidades não hegemónicas ou contra-hegemónicas, rotuladas ameaças, a poderosas e inspiradoras deidades, semidivindades, intangíveis, absolutamente inquestionáveis.