Novos casos, as mesmas Fraudes

José Andrade, Visão on line,

Nos casos Enron, Worldcom, Madoff, etc., haverá alguém realmente surpreendido?
Os maiores casos de fraude são aqueles que são levados a cabo à vista de todos, mesmo perante aqueles especializados que, melhor que ninguém, deveriam analisar e questionar o que toda a gente sabe ser impossível no longo prazo - que não há milagres que sempre durem.

A Crise. Ainda a Crise. Novamente a Crise…

António João Maia, Visão on line,

Falar da crise é já de certa forma um lugar comum. Efectivamente nos últimos meses tudo o que se tem dito e escrito em termos de opinião pública tem tido sempre como denominador comum o problema da crise económica que o mundo vive no presente.

Observatório de Economia e Gestão de Fraude

1.

O Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF) é a institucionalização do empenhamento científico e pedagógico de um conjunto de investigadores e docentes que se agregaram em torno da Pós-Graduação em Gestão de Fraude.

Os seus membros têm formações diversificadas, constituindo a interdisciplinaridade, focalizada na fraude e na sua prevenção, um valor acrescentado na descrição, interpretação e modelização do nosso objecto de estudo. Tendo em conta a universalidade da economia não-registada e da fraude, assumimos como alvo prioritário a realidade europeia e portuguesa, promovendo a interacção com todos os que, individual ou colectivamente, se defrontam com problemáticas similares no seu labor quotidiano.

Contribuir para um melhor conhecimento da prevenção e detecção da fraude em Portugal, aprender com o saber e a experiência alheia, divulgar os conhecimentos gerados e contribuir para uma opinião pública nacional mais esclarecida, assim como prestar serviços que se harmonizem com a investigação, são corolários sempre presentes no nosso quotidiano.

 

2.

No dia 21 de Novembro de 2008 o Observatório de Economia e Gestão de Fraude constitui-se notarialmente como associação de direito privado sem fins lucrativos, explicitando como seu objecto:

"promover a investigação interdisciplinar sobre a economia não registada e a fraude em Portugal, nos contextos europeu e mundial, promover o ensino sobre estas temáticas, criar redes e estabelecer outras relações com instituições congéneres e prestar serviços que se harmonizem com a investigação".

Assumindo a Universidade do Porto, em geral, e a Faculdade de Economia do Porto, em particular, como instituição de acolhimento e de labor científico, aí tem a sua sede.

 

3.

A constituição formal do OBEGEF é um ponto de partida, a partir do qual pretendemos construir o nosso futuro, atingindo os objectivos e utilizando os procedimentos que constam dos Estatutos.

A fraude é uma realidade multifacetada e multireferencial abrangendo todos as áreas da sociedade (por exemplo, da economia ao desporto, da cultura à política, da arte ao ambiente), cujo estudo exige o contributo de variagadas áreas do conhecimento (da Ética à Economia, da Psicologia à Matemática; das Ciências do Desporto ao Direito; da Gestão à Criminologia, partes de uma vasta lista) e cuja acção na detecção e prevenção exige o contributos de diferentes actores sociais. Por estas razões a interdisciplinaridade é uma das vertentes decisivas da actividade do Observatório.

Um comportamento ético e uma sistemática descoberta do que desconhecemos são preocupações do nosso quotidiano.

Desejamos, e tudo faremos para tal, ser uma instituição aberta à sociedade, criativa e inovadora, pautando-se pelo rigor científico.

Objectivos do OBEGEF

Constituem objectivos do Observatório:

  • Agregar cidadãos e instituições interessadas em conhecerem aprofundadamente a economia «sombra» e a fraude em Portugal.
  • Promover a investigação científica, fundamental e aplicada, sobre a fraude e a economia «sombra» em Portugal.
  • Contribuir para uma opinião pública esclarecida sobre as problemáticas da fraude e da economia «sombra».
  • Constituir uma memória das práticas fraudulentas em Portugal, enquanto instrumento para uma mais eficaz prevenção e detecção da fraude, uma regulação eficiente.
  • Formar quadros técnica e eticamente preparados para a implementação de políticas antifraude nas instituições, privadas e públicas.
  • Apoiar as organizações na prevenção da fraude.

Conhecer a realidade portuguesa é sempre ler e interpretar as relações sociais em Portugal, nos contextos europeu e mundial, atendendo às generalidades e especificidades de cada quadro geográfico-social de referência.

Estudar a fraude e a economia «sombra» é sempre um processo de construção e desconstrução de saberes e conhecimentos científicos, simultaneamente disciplinar e interdisciplinar, contribuindo para a consolidação de um objecto científico de uma ciência ainda em construção: Economia e Gestão da Fraude.

Fraude, ganância e (des)confiança

José António Moreira, Visão on line,

1. Bernard Madoff. Até há poucos dias, este nome dizia pouco, ou nada, ao cidadão comum. De repente tornou-se o centro de todas as atenções, de todas as crónicas, de todas as imprecações. A fama (ou infâmia?) associada ao nome tem a ver com o facto de Bernard Madoff, um corretor e gestor de fundos nova-iorquino, ter perpetrado uma das maiores, se não a maior, fraude financeira de todos os tempos. O número avançado é astronómico. Cerca de cinquenta mil milhões de dólares.