Paula Marques, OBEGEF
O novo governo enfrenta desafios complexos, que vão desde a gestão da inflação e a desigualdade económica até aos problemas sociais e de saúde pública. A resolução destes quesitos obrigará a uma abordagem proativa e colaborativa, procurando assegurar o bem-estar económico, social e ambiental a longo prazo para todos os cidadãos.
Assumir o governo de um país é um momento determinante, repleto de desafios que exige atenção imediata e um sólido planeamento estratégico. Ter o foco na recuperação económica pós-pandémica, nas guerras de 2024 é primordial. A necessidade de estímulos fiscais, investimentos e políticas de requalificação. A escassez de recursos médicos é preocupante, evidenciada pelo aumento de mortes por infeções respiratórias e o fecho de unidades de saúde. Além disso, greves de professores, paralisações das forças de segurança e ataques de ativistas complicam o cenário. Resolver esses desafios requer esforço conjunto para uma economia mais forte e garantir o bem-estar da população.
Inflação e estabilidade financeira:
A gestão eficaz da inflação e a garantia da estabilidade financeira são elementos cruciais para promover um ambiente económico saudável e sustentável. O controle da inflação é vital para preservar o poder de compra da moeda e evitar distorções nos preços relativos, enquanto a estabilidade financeira é fundamental para manter a confiança dos investidores e o bom funcionamento do sistema financeiro.
Para enfrentar esses desafios, o governo deve adotar medidas políticas e regulatórias robustas. O banco central desempenha um papel fundamental na implementação de políticas monetárias, como o estabelecimento de metas de inflação e o ajuste das taxas de juros. Além disso, é crucial uma supervisão regulatória eficaz do sistema financeiro, incluindo regulamentações mais rigorosas para instituições importantes e o aperfeiçoamento das práticas de gestão de riscos.
Uma política fiscal responsável também é essencial para garantir a sustentabilidade das finanças públicas e evitar pressões inflacionárias decorrentes de déficits orçamentais excessivos.
Em resumo, o controle da inflação e a manutenção da estabilidade financeira exigem uma abordagem coordenada, envolvendo políticas monetárias prudentes, supervisão regulatória eficaz e uma política fiscal responsável. Assim, consegue-se promover um ambiente económico mais estável, o que incentivará o crescimento sustentável.
Desigualdade económica:
A desigualdade económica é um desafio complexo e persistente que requer uma abordagem multifacetada por parte do governo. Para reduzir essa disparidade e promover uma sociedade mais equitativa, são necessárias medidas abrangentes que abordem tanto as causas estruturais, como as consequências imediatas da desigualdade. Uma das principais áreas de intervenção é a promoção do acesso íntegro à educação e à formação profissional. Investir numa educação de qualidade desde a primeira infância até ao ensino superior é fundamental. Garantindo assim, que todos os cidadãos têm oportunidades iguais de desenvolvimento pessoal e profissional. Outra frente importante, na luta contra a desigualdade, é o acesso igualitário aos serviços de saúde. Um sistema de saúde robusto e acessível a todos é essencial para garantir que ninguém é deixado para trás devido a dificuldades financeiras ou à falta de acesso a cuidados médicos adequados. Isso pode envolver a expansão do acesso a serviços de saúde básicos, o fortalecimento do sistema de saúde pública e o investimento em programas de prevenção e promoção da saúde. Além disso, políticas de subsídios e programas de desenvolvimento social, podem desempenhar um papel importante na redução da desigualdade económica, fornecendo apoio financeiro direto às famílias de baixo rendimento e implementando medidas para combater a pobreza e a exclusão social. Consequentemente, poderá incluir benefícios como bolsas de estudo, subsídios habitacionais, assistência alimentar e programas de capacitação para o emprego.
Em suma, a redução da desigualdade económica requer uma combinação de políticas voltadas para o fortalecimento do acesso equitativo à educação, saúde e oportunidades de emprego, juntamente com medidas de proteção social e redistribuição de renda. Ao adotar uma abordagem abrangente e inclusiva, o governo pode ajudar a construir uma sociedade mais justa e próspera para todos os seus cidadãos.
Desafios Sociais:
Educação de qualidade e acesso ao emprego são essenciais para a inclusão social. O governo precisa melhorar o acesso à educação, investindo mais em infraestruturas e na formação dos professores. A saúde mental, especialmente após a pandemia, requer atenção, com expansão de serviços e políticas eficazes para reduzir o estigma. Habitação acessível e o combate à pobreza, também são desafios, que exige políticas mais abrangentes.
Outro problema que terá de ser urgentemente alvo de uma ação do governo, é a escassez de habitação e os preços elevados das rendas, que é uma parte muito significativa na despesa familiar. Esta situação é um fator de muita preocupação para as famílias que, muitas vezes, as leva a sair dos centros urbanos para a periferia, perdendo desta forma mais tempo nas deslocações e deteriorando a qualidade do tempo familiar.
Desafios na Saúde Pública:
Fortalecer o sistema de saúde é uma prioridade fundamental, que inclui aumentar a capacidade de resposta e melhorar o acesso a cuidados de saúde de qualidade para todos os cidadãos. No entanto, é preocupante quando um governo aloca uma determinada quantia para a saúde e, ao final do ano, apenas metade desse valor é gasto. Embora isso possa resultar, para o governo num equilíbrio financeiro, poderá levar o sistema de saúde para um verdadeiro caos. A falta de utilização total dos fundos alocados pode indicar subfinanciamento ou problemas de gestão dentro do sistema de saúde. Isto pode resultar numa série de problemas, incluindo a falta de pessoal médico, longas listas de espera para tratamentos e cirurgias, falta de equipamentos e infraestrutura inadequada.
É essencial que os governos não só aloquem fundos adequados, mas também, garantam que esses fundos/recursos sejam utilizados de forma eficaz e eficiente. Isso pode exigir uma revisão das políticas de financiamento da saúde, uma melhor gestão dos recursos e uma maior transparência nos gastos do setor de saúde. Só assim será possível fortalecer verdadeiramente o sistema de saúde e garantir cuidados acessíveis e de qualidade para todos os cidadãos.
Estes são apenas alguns dos desafios multifacetados que o governo eleito poderá enfrentar ao assumir o cargo. A abordagem necessária para lidar com essas questões envolve liderança visionária, colaboração com partes interessadas relevantes e a implementação de políticas baseadas em evidências. Podemos concluir que o novo governo enfrenta uma série de desafios complexos, desde a recuperação económica pós-pandemia, até à promoção da inclusão social, a gestão de questões de saúde pública e conflitos laborais. A superação desses desafios requer uma abordagem proativa e colaborativa, garantindo o bem-estar económico, financeiro, social e ambiental a longo prazo para todos os cidadãos.