Jorge Fonseca de Almeida, Dinheiro Vivo

As várias guerras, frias ou quentes, estão a devastar as economias e a revelar as debilidades estratégicas da União Europeia que se vê a braços com uma estagnação simultânea com uma elevada e persistente inflação. Um agravar desta situação levará a uma forte e prolongada recessão.

A guerra desencadeada por Israel contra a população palestina da Faixa de Gaza está a alastrar e já se deram os primeiros ataques do exército israelita contra uma das fações governantes do Líbano, o Hezbollah. As consequências podem ser desastrosas para a Europa em termos de abastecimento energético, numa altura em que por um lado se aproxima o Inverno e por outro prossegue sem fim à vista a guerra na Ucrânia.

Se para além do Líbano já envolvido, a guerra alastrar à Síria, que também já foi bombardeada pelos israelitas, à Arábia Saudita e ao Irão, todo o Médio Oriente vai entrar em ebulição. Um confronto destrutivo, com centenas de milhares de vítimas e o eventual uso da bomba atómica por Israel.

Em consequência serão afetadas as cadeias de abastecimento energético à Europa e, igualmente à Ásia, incluindo à Índia, ao Japão e à China, lançando o mundo num profundo desastre económico. Com menores recursos energéticos outras cadeias de valor serão afetadas. Um círculo vicioso de paragem económica. Muito pior do que na pandemia.

Ninguém sairá incólume em tal cenário. A globalização virar-se-á contra os seus promotores iniciais - os Estados Unidos e a Europa. Basta olhar