Jorge Fonseca de Almeida, Dinheiro Vivo
A Câmara Municipal de Oeiras presidida por Isaltino de Morais mandou, segundo as notícias vindas a público, retirar um cartaz exposto na zona de Algés, que recordava os abusos sexuais de menores por sacerdotes e outros membros da Igreja Católica.
A Câmara de Isaltino fê-lo no mesmo dia em que o Papa recebia em Lisboa um conjunto de vítimas dos abusos e lhes pedia humildemente perdão em nome da Igreja.
Neste contexto a ação da Câmara de Isaltino surge como diametralmente oposta à do Papa Francisco. O que o Papa reconhece, assume a responsabilidade, pede perdão e quer dar visibilidade a esse ato, a Câmara de Isaltino não reconhece e quer esconder.
Trata-se claramente de contrariar a vontade do Papa Francisco e de o desafiar. Onde Papa quer falar do assunto, quer torna-lo visível, quer que fique claro o pedido de desculpas, a Câmara de Oeiras pelo contrário opõe-se à postura do Papa, impõe silêncio através da censura do cartaz.
Censura um cartaz sobre um tema, obviamente de caráter religioso e político, em que a liberdade de expressão está, inclusivamente, protegida constitucionalmente.
Pode mesmo concluir-se que a retirada dos cartazes é uma ação propositada de contradizer o Papa Francisco, de o embaraçar na sua política de verdade e transparência e no fundo um ataque pessoal ao Papa Francisco e à Igreja Católica. Uma vergonha e um embaraço para o país em plena Jornada da Juventude Católica.
É importante que as autoridades portuguesas reponham imediatamente a legalidade democrática, recolocando o cartaz, garantindo ao Papa Francisco que a situação não se repete e pedindo-lhe desculpas oficiais pela ofensa.
Por outro lado, os oeirenses devem refletir se é este o tipo de Presidente da Câmara que pretendem para o seu concelho. Um homem que já cumpriu pena de prisão por delitos relevantes e que toma esta atitude de desafio ao Papa que nos vista na dupla qualidade de Chefe de Estado e de líder religioso.