Raquel Brito, OBEGEF

A economia informal e algumas das medidas do Estado de Emergência caminham lado a lado, em perfeita sintonia.

A economia informal e algumas das medidas do Estado de Emergência caminham lado a lado, em perfeita sintonia.

É sabido que há setores que, tendencialmente, estão mais “sujeitos” à denominada economia informal.

Neste contexto, e de acordo com algumas medidas do Estado de emergência, designadamente os apoios às empresas, certo é que se fará sentir nas empresas (seja qual for a sua configuração jurídica) um cálculo distinto no recurso aos referidos apoios. Abreviando, se declararam menos, estarão agora, sujeitos a apoios conducentes com esses rendimentos declarados.

E se por um lado o país abranda, a economia informal não.

Sem querer discutir a necessidade (ou não) do encerramento de algumas das atividades, nomeadamente restauração, cabeleireiros e estéticas, é um facto que esta medida levanta algumas questões visíveis a qualquer cidadão.

Na verdade, é fácil constatar que na grande maioria dos homens não se observa cabelo que se possa dele fazer tranças! (Poderão todos ter aprendido a arte de barbearia ou padecerem de problemas capilares?)

Igualmente, muitas são as mulheres com as unhas de gel restauradas, com buços e sobrancelhas dignos de uma sessão fotográfica.

Uma lista infindável de exemplos poderia ser aqui partilhada…

Pelo que, facilmente se pode suspeitar que existe todo um mercado paralelo que está a trabalhar ilegalmente e a receber apoios, por pequenos que sejam.

Não será novidade que alguns profissionais conseguem (por portas travessas) continuar a laborar. E agora, sim, a declarar zero. Se estão na clandestinidade não irão, com certeza, passar fatura.

Tudo isto leva a crer que as decisões tomadas pelo governo são, no mínimo, irrefletidas e desajustadas para a população portuguesa. Ou, por outro lado, terá o poder governativo refletido bem ao decidir encerrar as atividades que menos apoios iriam conseguir?

Para terminar, desejo clarificar que, obviamente, desconheço qualquer profissional que esteja no “ativo” das atividades suprarreferidas, mas que os há, há!