Observatório de Economia e Gestão de Fraude

1.

O Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF) é a institucionalização do empenhamento científico e pedagógico de um conjunto de investigadores e docentes que se agregaram em torno da Pós-Graduação em Gestão de Fraude.

Os seus membros têm formações diversificadas, constituindo a interdisciplinaridade, focalizada na fraude e na sua prevenção, um valor acrescentado na descrição, interpretação e modelização do nosso objecto de estudo. Tendo em conta a universalidade da economia não-registada e da fraude, assumimos como alvo prioritário a realidade europeia e portuguesa, promovendo a interacção com todos os que, individual ou colectivamente, se defrontam com problemáticas similares no seu labor quotidiano.

Contribuir para um melhor conhecimento da prevenção e detecção da fraude em Portugal, aprender com o saber e a experiência alheia, divulgar os conhecimentos gerados e contribuir para uma opinião pública nacional mais esclarecida, assim como prestar serviços que se harmonizem com a investigação, são corolários sempre presentes no nosso quotidiano.

 

2.

No dia 21 de Novembro de 2008 o Observatório de Economia e Gestão de Fraude constitui-se notarialmente como associação de direito privado sem fins lucrativos, explicitando como seu objecto:

"promover a investigação interdisciplinar sobre a economia não registada e a fraude em Portugal, nos contextos europeu e mundial, promover o ensino sobre estas temáticas, criar redes e estabelecer outras relações com instituições congéneres e prestar serviços que se harmonizem com a investigação".

Assumindo a Universidade do Porto, em geral, e a Faculdade de Economia do Porto, em particular, como instituição de acolhimento e de labor científico, aí tem a sua sede.

 

3.

A constituição formal do OBEGEF é um ponto de partida, a partir do qual pretendemos construir o nosso futuro, atingindo os objectivos e utilizando os procedimentos que constam dos Estatutos.

A fraude é uma realidade multifacetada e multireferencial abrangendo todos as áreas da sociedade (por exemplo, da economia ao desporto, da cultura à política, da arte ao ambiente), cujo estudo exige o contributo de variagadas áreas do conhecimento (da Ética à Economia, da Psicologia à Matemática; das Ciências do Desporto ao Direito; da Gestão à Criminologia, partes de uma vasta lista) e cuja acção na detecção e prevenção exige o contributos de diferentes actores sociais. Por estas razões a interdisciplinaridade é uma das vertentes decisivas da actividade do Observatório.

Um comportamento ético e uma sistemática descoberta do que desconhecemos são preocupações do nosso quotidiano.

Desejamos, e tudo faremos para tal, ser uma instituição aberta à sociedade, criativa e inovadora, pautando-se pelo rigor científico.

Objectivos do OBEGEF

Constituem objectivos do Observatório:

  • Agregar cidadãos e instituições interessadas em conhecerem aprofundadamente a economia «sombra» e a fraude em Portugal.
  • Promover a investigação científica, fundamental e aplicada, sobre a fraude e a economia «sombra» em Portugal.
  • Contribuir para uma opinião pública esclarecida sobre as problemáticas da fraude e da economia «sombra».
  • Constituir uma memória das práticas fraudulentas em Portugal, enquanto instrumento para uma mais eficaz prevenção e detecção da fraude, uma regulação eficiente.
  • Formar quadros técnica e eticamente preparados para a implementação de políticas antifraude nas instituições, privadas e públicas.
  • Apoiar as organizações na prevenção da fraude.

Conhecer a realidade portuguesa é sempre ler e interpretar as relações sociais em Portugal, nos contextos europeu e mundial, atendendo às generalidades e especificidades de cada quadro geográfico-social de referência.

Estudar a fraude e a economia «sombra» é sempre um processo de construção e desconstrução de saberes e conhecimentos científicos, simultaneamente disciplinar e interdisciplinar, contribuindo para a consolidação de um objecto científico de uma ciência ainda em construção: Economia e Gestão da Fraude.

Fraude, ganância e (des)confiança

José António Moreira, Visão on line,

1. Bernard Madoff. Até há poucos dias, este nome dizia pouco, ou nada, ao cidadão comum. De repente tornou-se o centro de todas as atenções, de todas as crónicas, de todas as imprecações. A fama (ou infâmia?) associada ao nome tem a ver com o facto de Bernard Madoff, um corretor e gestor de fundos nova-iorquino, ter perpetrado uma das maiores, se não a maior, fraude financeira de todos os tempos. O número avançado é astronómico. Cerca de cinquenta mil milhões de dólares.

Mais leis? Não, obrigado.

Fernando Costa Lima, Visão on line,

Os recentes acontecimentos nos mercados financeiros internacionais têm levantado muitas questões, com especial destaque para o papel da regulação financeira e dos reguladores.
Sempre que surge uma crise mais grave ou um escândalo financeiro com maior peso, assistimos sempre à criação de uma comissão de inquérito, que procura o competente bode expiatório e que, quase sem excepção, propõe pelo menos mais uma lei que vai evitar todos os problemas futuros.
Assim foi com o BCCI, o Barings, a Enron para nomear apenas os mais mediáticos.

Brandos Costumes, Fraudes Ardentes

Carlos Pimenta, Visão on line,

Todos nós sabemos o que é uma acção desonesta, mas o que é a honestidade, isso, ninguém sabe. (ANTON TCHERKHOV, in Montreynaud, F. - Dicionário de Citações Lisboa: Editorial Inquérito, 1985)