Jorge Fonseca de Almeida, Jornal i
Não se pense que só cai nestes golpes quem tem pouca ou nenhuma instrução ou quem é ingénuo.
A internet é o novo e grande palco das atividades fraudulentas contra o cidadão incauto, o novo campo para os burlões de toda a espécie.
Devemos, pois, estar alerta para um conjunto de esquemas que são hoje praticados quase impunemente, pois que, apesar da cooperação internacional, as diferentes jurisdições e sistemas legislativos atrapalham as investigações e a perseguição dos criminosos e até mesmo a sua deteção. Deixamos aqui três das burlas mais usuais:
- Catfishing – técnica em que um burlão usando uma falsa identidade procura atrair a sua vítima e depois de ganhar a sua confiança extorquir-lhe dinheiro ou o levar a cometer um crime. Os pedidos são de variado tipo. Os mais frequentes incluem: adiantamento de dinheiro contra uma herança a receber, auxilio para sair de um país em conflito armado, apoio a causa nobre, pedido para compra de medicamentos ou tratamento médico, etc., etc.
- Golpe do romance (romance scam) – usando uma identidade atrativa mas falsa o criminoso procura atrair a sua vítima a um encontro, muitas vezes noutro país, ou pedir-lhe dinheiro. Outra modalidade é procurar casar por procuração sem nunca se conhecerem.
- Phishing – aqui os delinquentes estendem a sua rede por forma a obter dados pessoais, como passaportes, número da segurança social, fotografias, códigos de acesso a contas, PIN e número de cartões, etc. para depois os usar. As formas mais usuais são a cópia e redireccionamento de páginas da internet, fazendo a vítima pensar que está no habitual site das finanças, do banco, da companhia de seguros, etc., o que a leva a disponibilizar os seus dados.
É, pois, necessário estar alerta. E não se pense que só cai nestes golpes quem tem pouca ou nenhuma instrução ou quem é ingénuo. Na verdade muitas pessoas que classificamos como inteligentes e sofisticados têm caído em esquemas deste tipo.
Muitos destes esquemas são praticados em larga escala por organizações já muito estruturadas e experientes. Conhecem bem a psicologia das potenciais vítimas, as objeções e as defesas que usamos e desenvolveram os argumentos e as técnicas mais adequadas para enganar.