Mário Tavares da Silva, Jornal i

“Brindei, ainda, a um mundo de esperança em que as organizações públicas se afirmem, definitivamente, como um referencial de excelência na sua atuação e na sua relação com os cidadãos.”

Ao celebrarmos mais uma passagem de ano, o otimismo que tão bem nos carateriza, vem uma vez mais ao de cima. Escolhemos a mais bela flute e brindamos, esfuziantes, ao novo ano que se apresta a dar-nos um abraço. Quase sempre, ironicamente, formulamos os mesmos desejos, velhos e sempre adiados, certos que é desta que vai ser. Pedimos, entre tantas outras coisas, saúde, amor, mais solidariedade, uma justiça mais célere e menos desigualdades sociais. É uma espécie de ingenuidade infantil, com laivos encantatórios, como aquela outra do Pai Natal que tão bem sabemos não existir mas que, ano após ano, teimosamente nos impele, ou pelo menos a alguns de nós, a vestir o enganador disfarce, comprado numa das muitas lojas chinesas que por aí campeiam, para encher de brilho e de alegria o coração dos mais pequenos.

Este ano não foi diferente!

Como nestas coisas não me considero particularmente inovador, brindei ao que costuma ser brindável e com a resiliência de quem não perde a esperança! Brindei a um mundo melhor, sem guerras nem fome. Brindei, também, a um mundo de igualdade de oportunidades, de boas práticas, probidade e ética no desempenho de cargos públicos, de liberdade e de responsabilidade em todas as nossas ações para com os nossos concidadãos e as gerações vindouras. Brindei, ainda, a um mundo de esperança em que as organizações públicas se afirmem, definitivamente, como um referencial de excelência na sua atuação e na sua relação com os cidadãos. Sei bem o enorme e complexo desafio que se coloca a uma administração pública de elite, de qualidade, de credibilidade e, sobretudo, de verdade no seu agir quotidiano.

Em suma, a uma administração norteada pelas melhores práticas e por servidores exemplares, capaz de reconhecer os mais aptos e íntegros e de afastar, sempre que necessário, os ímprobos, provando que também aqui não existem intocáveis.

Para isso, brindei também à meritocracia como critério decisivo no recrutamento e seleção dos mais qualificados para os mais importantes cargos do Estado, pois como bem sabemos, acima dos cargos e das pessoas que os desempenham, devem estar sempre na primeira linha as instituições que servimos.

Bem sei que é pedir muito para um brinde de final de ano mas, ainda assim, arrisquei!

É que tal como o olhar feliz de uma criança que desembrulha sorridentemente os presentes deixados junto ao presépio iluminado, permitam-me, ainda que por breves momentos, acreditar que o Pai Natal existe e que também ele nos deseja um 2019 sem corrupção!