Aurora Teixeira, Visão on line,
Carlos Mulas e Glória Araújo são os nomes que se tem falado ultimamente. Pelas atropelias várias que cometeram, cada um justificaria por si só um artigo. Mas como estamos em austeridade, decidi poupar nas palavras e cá vai: ‘dois em um’, ou dito de outro modo, e fazendo jus ao sobrenome do primeiro e à idiotice da segunda, apresento-vos um artigo híbrido, abreviadamente designado de “Mulas”. Carlos Mulas, um dos coautores do estudo do FMI sobre Portugal (“Refundar o Estado”) (1), é/era (?) um respeitado professor de economia na universidade Complutense em Madrid, membro (ao que parece, não por muito tempo) do PSOE - Partido Socialista Operário Espanhol (foi assessor económico do governo de José Luís Zapatero) e, até há alguns dias atrás, diretor da Fundação Ideas, presidida por Alfredo Perez Rubalcaba (líder do PSOE).
Em comunicado assinado pelo vice-presidente da fundação (de 23 de janeiro), é revelado que Mulas foi demitido pelo facto de se ter provado “a sua autoria de um conjunto de trabalhos pagos pela fundação”, assinado sob o pseudónimo ‘Amy Martin’. Note-se que o agora caído em desgraça Mulas recebia da Fundação, enquanto diretor-geral, 5625 euros mensais, compondo, entre 2010 e 2011, este ‘parco’ salário (“não devia chegar para pagar as suas despesas...”), com os cerca de 50 mil euros que a Fundação Ideas pagou pelas análises da fantasmagórica mas prolífera colunista ‘Amy Martin’. Apropriando-me de uma das tiradas de Pedro Fernandes(2), “isto é que é gamar com style”!
Uma e a mesma pessoa - Carlos Mulas, ‘ilustre professor de economia e autor a soldo do FMI’ é Amy Martin, colunista anti-austeridade - que escrevem o que lhes é pedido, desde que lhes paguem....
Pegando na dica dos pseudónimos, termino com uma singela sugestão à deputada do PS, Glória Araújo, que há semanas foi apanhada pela polícia a conduzir com um pifo monumental. Daqui para a frente, em vez de justificar a ausência por ‘doença’ (de facto tais ‘mocadas’ devem demorar a curar!) às sessões da Comissão para a Ética (?!), da qual anedoticamente ainda faz parte, passe a adotar nas ditas o pseudónimo ‘Glori Winehouse’ e até poderá cantarolar “They tried to make me go to rehab, but I said, / "No, no, no” (“Eles tentaram me fazer ir para a reabilitação, mas eu disse: / "Não, não, não”).