Daniel Espínola, Jornal i online
A gestão de riscos nas organizações é um processo de reflexão sobre os seus objetivos, a forma como devem ser alcançados, quais recursos e de que modo serão aplicados. Grandes resultados e inovações dificilmente são alcançados sem correr riscos, e a gestão dessas informações ajuda a trilhar esse caminho com mais segurança.
Riscos estão presentes de forma constante no cotidiano das organizações, entretanto muitas delas ainda lidam com o tema de forma instintiva, desenvolvendo um processo irrefletido para seu gerenciamento. Algumas conseguem manter esse arremedo sem maiores problemas, mas a falta de cuidado pode lhes custar caro. Riscos podem se transformar em incidentes que, se não tratados de forma adequada, têm potencial para prejudicar seus colaboradores e stakeholders, gerar perda de produtividade, danos à reputação, aumento de custos e litígios legais.
Já outras empresas se preocupam em reunir informações e refletir sobre seus riscos de modo sistemático, através de técnicas e ferramentas específicas para lidar com as incertezas que podem influenciar o alcance de seus objetivos. Organizar esses dados de forma a fornecer evidências relevantes para criar e proteger valor nas organizações pode levar a uma série de benefícios.
Um dos primeiros resultados que uma gestão de riscos bem conduzida pode trazer é uma maior compreensão acerca do planejamento organizacional e dos seus objetivos. É fundamental se ter em mente o que a instituição deseja alcançar para poder refletir sobre eventuais intercorrências, assim como visualizar oportunidades que devem ser buscadas. A gestão de riscos promove um maior engajamento da empresa com relação aos seus valores, objetivos, recursos e visão de futuro.
Também é notada uma mudança de paradigma: evoluir de uma inerente aversão a todo e qualquer risco para uma reflexão acerca daqueles a serem aceitos frente à estratégia planejada. Nesse sentido, algo só deveria ser considerado um risco relevante a ser tratado se resultar em um impacto significativo nos negócios. Gerenciar riscos não significa evitá-los a qualquer custo, mas sim discernir quais deles serão aceitos e quais a organização estará disposta a assumir. Algumas empresas podem ser mais conservadoras ou mais ousadas em como investir recursos para o alcance de seus objetivos – tudo vai depender da natureza do seu negócio e do perfil de seus gestores.
Outro benefício esperado da implementação da gestão de riscos é estimular a gestão a se antever aos acontecimentos negativos. Sabemos que imprevistos sempre vão acontecer e, em um mundo cada vez mais complexo, incerto e volátil, eles estão cada vez mais frequentes. Cabe às organizações buscarem utilizar esse processo para construir uma cultura de prevenção e se adaptarem mais rapidamente a novos riscos e oportunidades.
Por fim, grandes resultados são conquistados não somente identificando e mitigando ameaças, mas também buscando e abraçando oportunidades. A gestão de riscos pode enfatizar a importância de se gerenciar riscos positivos – buscar oportunidades que possam aumentar o valor do negócio ou prejudicar a organização se não forem aproveitadas.
Em suma, a gestão de riscos é uma ferramenta que pode ser muito eficiente para as organizações sistematizarem informações sobre suas atividades e conseguirem navegar com mais segurança em um mundo de crescentes incertezas e volatilidade, ajudando a fornecer respostas mais eficazes e aproveitando as conjunturas positivas que poderão surgir.