Jorge Almeida, Dinheiro Vivo
Há muito que a teoria económica e arte da gestão empresarial abandonaram o mito da “melhor solução” ou da “solução única” (one best way). No livro injustamente esquecido, “O paradoxo da Inovação Empresarial” o Professor José Manuel Fonseca leva-nos por outros caminhos, mais frutuosos na busca de soluções inovadoras para as empresas.
Com um tecido empresarial fraco, empresas de pequena dimensão, trabalhando em regime de subcontratação para grupos estrangeiros, a inovação tecnológica está fora das suas possibilidades diretas, seja pelos custos envolvidos, seja pela escala que requer. Por isso ela tem de vir de fora, de organizações mais amplas e com maior capacidade de investimento.
Daí a importância de perceber que existem sempre várias soluções para o mesmo problema, o da sobrevivência e crescimento das empresas, e vários pontos de equilíbrio nos mercados. Inovar é encontrar os pontos de equilíbrio mais favoráveis à organização. Ajustar sempre da mesma maneira, sem pensar nas consequências, nem nas particularidades de cada situação, não ajuda a ultrapassar rapidamente a crise mas sim a agravá-la.
Em muitos setores a solução passa por uma concentração empresarial que permita ganhar musculo, capital, capacidade de investimento, para atuar mais eficazmente.
Noutros casos pelo contrário é preciso fazer entrar o Estado como parceiro ativo, para assegurar o futuro.
Em certas situações é preciso saber recuar. Por exemplo no investimento no novo aeroporto. Continuará a justificar-se tal esforço num momento em que há outras prioridades e em que o tráfico internacional vai ficar reduzido durante vários anos?
Não há uma solução única, não há panaceia universal, mas deve haver uma estratégia nacional mobilizadora, objetivos concretos a atingir e políticas adequadas para os concretizar.