Jorge Fonseca de Almeida, Jornal de Negócios

Tudo parece, então, indicar um ano de baixas, pontuado por pequenas bolhas de entusiasmo pueril perante uma ou outra boa notícia, nas principais bolsas mundiais.

Depois de um 2018 marcado por fortes e continuadas baixas nas principais Bolsas mundiais de ações antevê-se um 2019 ainda pior.

A subida de taxas de juro do dólar norte-americano provoca estragos na valorização dos ativos mobiliários e prepara o caminho, segundo vários economistas, para nova crise financeira de grandes proporções. É preciso estar preparado.

O PSI-20 também teve uma queda acentuada de mais de 12% em 2018!

Estas perdas estão intimamente associadas às subidas das taxas diretoras do dólar decididas pela Reserva Federal Americana e do anúncio que a política de aumentos de juros está para durar – acredita-se em mais três subidas em 2019 e uma em 2020.

O aumento de dezembro de 2018 para 2,50% é o último de uma série de 10 aumentos consecutivos.

A economia norte-americana está sobreaquecida, a produção a crescer, o emprego a aumentar, o consumo em expansão, embora as taxas de pobreza e os salários se mantenham, no essencial, inalteradas.

Por seu lado a inflação subiu de 1,5% em 2017 para 2,5% em 2018 e prevê-se que suba para os 3% em 2019.

Dos dados fundamentais da economia nada que leve a prever uma alteração da política de subida das taxas de juro da Reserva Federal e, consequentemente, a uma maior descida das cotações bolsistas.

A agravar a situação a guerra comercial contra a China tende a arrastar-se com aumentos de tarifas alfandegárias constantes. Uma situação que impacta diretamente nas vendas de muitas multinacionais americanas e empresas chinesas. Neste clima de guerra aberta muitas decisões de investimento são adiadas.

A atual paralisação do Governo norte-americana decretada por Trump, como instrumento no seu conflito com o Congresso sobre o financiamento de um muro que separe os EUA do México, retira o rendimento, salário mensal, a dezenas de milhares de funcionários públicos o que se refletirá, sem dúvida, na procura de muitos bens e serviços.

Tudo parece, então, indicar um ano de baixas, pontuado por pequenas bolhas de entusiasmo pueril perante uma ou outra boa notícia, nas principais bolsas mundiais.

Naturalmente que isso não afastará os investidores dos mercados de ações, significa sim que, provavelmente, jogarão na baixa dos principais títulos.

Ao pequeno investidor bolsista fica uma palavra: prudência, muita prudência.

Fonte: ActivoTrade

Economista