Filipe Pontes, Jornal i
As ações de fiscalização a posteriori não são eficazes na correção de todas as situações e não evitam o sentimento de desconfiança que se instalou na sociedade em geral
A situação de supostas fraudes que hoje são tema debatido em praça pública pela, pelo menos discutível, priorização na utilização de dinheiros públicos e de verbas recolhidas em eventos solidários marcam a atualidade, com o próprio Presidente da República a pedir cabal esclarecimento.
A questão é tão mais grave pois não só não se conseguiu evitar os terríveis acontecimentos do ano passado, como também não se antecipou e não se preparou a distribuição de verbas e subsídios. Na falta de melhor reage-se agora com ações de fiscalização a posteriori, as quais, para além de não serem eficazes na correção de todas as situações, não evitam o sentimento de desconfiança que se instalou na sociedade em geral.
O Verão ainda não acabou e a onda de solidariedade outrora vigente não será mais hoje tema possível de ocorrer e perguntam porquê? Pois a urgência e o atabalhoamento no ataque ao fogo foram estendidos no período posterior ao seu rescaldo e continua a não ser possível, não só, evitar que ele vote a ocorrer, como garantir a correta distribuição de apoios.
Antecipar este tipo de situação carecia de uma prévia existência de planos e critérios que não são claros e que a pressão mediática e política cede constantemente, caindo em processos de reação por vezes desproporcionais e de cosmética.
Antecipar é sempre melhor que reagir!