Edgar Pimenta, Visão on line,

Há alguns anos trás, quem de nós não tinha uma agenda onde guardava os números de telefone dos amigos, familiares, etc…? Era a nossa agenda!
Com o tempo, com a evolução tecnológica, e o consequente aparecimento dos telemóveis, por um lado aumentou o número de informações a guardar, mas por outro aumentou a facilidade de as ter sempre á mão, guardando-as no telemóvel. E com o tempo, substituímos as velhas agendas pelos telefones, de tal modo que alguns números apenas os guardamos nesses novos aparelhos. Claro está que, se os perdíamos, lá se iam os números de telefone acumulados ao longo de vários anos.
Os telemóveis evoluíram e são agora Smartphones, telemóveis inteligentes, com inúmeras capacidades de processamento e de arquivo da informação. Alguns ficaram maiores, deixaram de ser telefones tradicionais e passaram a ser pequenos computadores, ainda mais rápidos, ainda mais capazes de armazenar dados.
Adicionalmente, as ligações à internet são cada vez mais rápidas, sendo já possível ter banda larga móvel nesses dispositivos inteligente. E com isso, a “nuvem”… a possibilidade de ter acesso a tudo, de qualquer sitio, a qualquer hora.
A facilidade de utilização destes novos dispositivos móveis (smartphones, tablets, etc…) faz com que sejam cada vez mais usados para gerir o nosso dia a dia. Partilhas nas redes sociais, acesso ao banco, arquivo de documentos, fotografias, e-mails pessoais e profissionais, etc… Passamos a ter toda a nossa vida na palma da mão. Literalmente!
Mas será que nos apercebemos do potencial que estes dispositivos móveis apresentam caso caiam em mão erradas? Será que temos a noção que se os perdermos ou nos roubarem um destes dispositivos, a lista de contactos pode ser a menor das nossas preocupações? Podemos estar a dar a alguém um manancial tremendo da nossa informação pessoal. E não só pessoal, mas também profissional. Nem que seja porque cada vez mais temos os nossos telemóveis a receber os e-mails da empresa. Já para não falar dos sms e registos de chamadas…
Recentemente a Symantec realizou um estudo para tentar perceber o que acontecia aos telemóveis que eram encontrados. Os investigadores da Symantec perderam deliberadamente 50 telefones que tinham sido configurados para se perceber o que era feito nestes, por quem os encontrasse.
43% das pessoas que encontraram os telefones acederam à aplicação de Homebanking que se encontrava no telemóvel. 60% foram ver os e-mails e redes sociais. 72% andaram a ver as fotografias que constavam dos telemóveis. Já agora, apenas 50% dos telefones foram devolvidos.
Números que nos devem fazer pensar. E que nos devem, ainda mais, fazer agir. Como? Protegendo a informação que temos nesses dispositivos móveis. Três medidas simples e básicas é ter nesses dispositivos apenas a informação necessária, bloquear o acesso ao equipamento (se usar um PIN, use um PIN diferente do cartão multibanco e do cartão do telefone) e evitar que as aplicações guardem as passwords de acesso (caso o façam, deixa de ser necessário colocar a password sempre que se acede á aplicação). Nem sempre estas medidas são práticas, mas é uma questão de hábito.
E se perder o seu dispositivo móvel, apresse-se a mudar as passwords das aplicações/serviços que usa.
Finalmente, faça um exercício… E se perdesse o seu telemóvel? Imagine o que lhe poderia acontecer. Imagine-se um ladrão do seu próprio telemóvel e veja o que conseguiria fazer com ele…
Provavelmente ficará surpreendido….