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Niilismo e valores morais

"Tocqueville[:] «vejo uma multidão imensa de homens semelhantes e de igual condição girando sem descanso à volta de si mesmos, em busca de prazeres insignificantes e vulgares com que preenchem as suas almas. Cada um deles, colocando-se à parte, é como um estranho face ao destino dos outros». (...) Essa forma de sociedade é o resultado inevitável do que Nietzsche previra com tanta lucidez: o declínio dos valores morais, o niilismo".

(Riemen, Rob. 2012. O Eterno Retorno do Fascismo. Lisboa: Bizâncio. Edição original: «De eeuwige terugkeer van het fascisme.». Pag. 16/7)

 

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Criatividade e ilusionismo

"Nas universidades já não se aprende a «contabilidade» mas a «contabilidade financeira».  (…)  a contabilidade criativa parece um jogo das três cartas, pois faz desaparecer dos balanços das empresas as receitas problemáticas, parte ou todo endividamento e as filiais duvidosas"

(Pons, Noël & Valérie Berche. 2009. Arnaques. Le Manuel Anti-fraude. Paris: CNRS Editions. Pág. 21)

 

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Cegueira ao crime

"Os tempos de cegueira [da criminalidade organizada e dos crimes de colarinho branco] é também o de enraizamento criminal. (,,,) é preciso (…) un trabalho permanente tanto de conhecimento fundamental como de pedagogia para se sair da cegueira. Não se pode combater o que se ignora, o que se nega ou se relativisa"

(Gayraud, Jean-François. 2013. "Dans les eaux glacées du crime organisé." Études no. 419 (10):295-306. Pág. 306)

 

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Meandros de uma fraude

"E depois? Quem na Sociéte Général osaria revelar à opinião pública a face escondida dos acontecimentos, as gigantescas batotas em que se metem as salas de mercado do mundo inteiro e em que tudo é permitido para obter bons resultados? (…) Mas a lei dos meios bancários é simples: o que ganha tem sempre razão e é rodeado de mimos, o que perde não tem razão e é abandonado."

(Kerviel, Jérôme. 2011. L'Engrenage - Mémoires d'un trader. Paris: Flammarion. pág. 52)

 

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Condenação e flexibilidade

"A corrupção não suscita posições dicotómicas. Ninguém é a favor da corrupção; todos, ou quase todos, a condenam. Contudo (…) a intolerância ocorre apenas ao nível simbólico (valorativo), sendo que ao nível estratégico de ancoragem dos julgamentos, existe um flexibilidade: na prática, as pessoas vão pactuando através de uma série de expediente que não necessariamente pela via do suborno"

(Sousa, Luís de. 2011. Corrupção. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos. pag. 100)