Lúcio Pereira da Silva, Semanário Vida Económica
Texto publicado no suplemento SEGUROS do Semanário Vida Económica
Viajar é simplesmente uma das experiências mais enriquecedoras que podemos viver enquanto vivos com qualidade de vida. Conhecer novos lugares, novas culturas e pessoas abre-nos horizontes e cria-nos memórias intermináveis que ficam para sempre, normalmente muito positivas. No entanto, por trás de toda a magia das viagens existe também um lado realista que não deve ser ignorado, os imprevistos.
São precisamente estes que impactam o seguro de viagem. Muitas vezes visto como uma despesa dispensável, ele é, na verdade, uma proteção fundamental. Optar por viajar sem seguro é assumir riscos que podem transformar uma viagem agradável num pesadelo difícil de gerir emocional e financeiramente.
O primeiro e risco mais evidente está relacionado com a saúde. Nos países fora da União Europeia, os custos médicos são na sua maioria exorbitantes. Uma simples consulta pode custar centenas de euros, enquanto uma hospitalização prolongada ou uma cirurgia pode atingir dezenas de milhares. Sem o seguro de viagem, o viajante terá de suportar sozinho esses valores, o que pode comprometer de forma severa a sua estabilidade financeira.
Além disso, em alguns destinos, os hospitais exigem garantias de pagamento antes de iniciar qualquer tratamento. Assim ter um seguro de viagem significa não só assegurar o pagamento das despesas, mas também garantir acesso rápido e adequado aos cuidados médicos necessários, incluindo transporte sanitário ou repatriamento em casos mais
graves.
Outro risco significativo é o dos cancelamentos e interrupções das viagens pré-programadas. Uma viagem pode ser afetada por greves, desastres naturais, problemas pessoais ou até pandemias. Sem o seguro de viagem, todo o investimento em voos, alojamento e atividades pode perder-se.
Com a cobertura, há possibilidade de recuperar parte ou a totalidade dos gastos realizados, reduzindo o prejuízo financeiro e permitindo reorganizar a viagem com menos stress e ansiedade.
O mesmo se aplica a situações em que seja necessário regressar mais cedo por motivos familiares ou profissionais, este seguro garante todos os custos adicionais e evita que o viajante fique abandonado.
A perda ou roubo de bagagem é também uma realidade frequente. Quem já passou por isso sabe o transtorno que é ficar sem roupas, documentos e objetos pessoais num país estrangeiro. Sem o seguro de viagem, o viajante terá de repor tudo por conta própria, o que pode ser caro e demorado . Com esta cobertura, há logo a compensação financeira e o apoio logístico para minimizar os danos. Muitos seguros incluem ainda assistência e m caso de perda de documentos , como passaporte, ajudando a agilizar processos burocráticos que poderiam atrasar ou inviabilizar a continuação da viagem.
Há ainda o risco da responsabilidade civil, muitas vezes esquecido. Em alguns países, causar danos a terceiros, mesmo sem intenção, pode resultar em processos judiciais e indemnizações elevadas. O seguro de viagem protege o viajante dessas despesas, oferecendo uma proteção adicional de segurança. Sem este seguro, o viajante pode enfrentar complicações legais e financeiras que se prolongam muito além da viagem.
Mas talvez o maior risco de viajar sem seguro seja perder a paz de espírito. Em vez de aproveitar cada momento, o viajante carrega a preocupação constante de que qualquer imprevisto pode trazer custos elevados e complicações difíceis de resolver. O seguro de viagem oferece tranquilidade, além da certeza de que, aconteça o que acontecer, haverá apoio e soluções. Umas melhores que outras, claro. Essa confiança permite viver a viagem com a tranquilidade merecida, sem medo de surpresas desagradáveis.
Em suma, o risco de não ter seguro de viagem é assumir sozinho todas as consequências de imprevistos que podem ocorrer antes, durante ou depois da viagem.
O custo de um seguro é relativamente baixo quando comparado com o potencial prejuízo de uma emergência médica, de um cancelamento inesperado ou da perda de bagagem. Optar por viajar sem seguro é uma aposta arriscada que pode comprometer não apenas o orçamento, mas também a segurança e o bem-estar do viajante e dos seus familiares. Por isso, contratar um seguro de viagem deve ser visto não como uma despesa adicional, mas como um investimento essencial na proteção e na tranquilidade de qualquer deslocação.
Viajar é descobrir, aprender e desfrutar, mas para que essa experiência seja plena, é fundamental garantir que existe uma rede de segurança para si e para a família pronta para amparar os imprevistos.
