Jorge Fonseca de Almeida, Jornal de Negócios

Este perigoso pregador e agitador nasceu no Médio Oriente e fez-se rodear em vida de um pequeno mas muito dedicado grupo de partidários que o acompanhavam por todo o lado.

É com crescente apreensão que as autoridades em diversos países veem aproximar-se a data em que os seguidores de Yehoshua bin Yussef comemoram o seu nascimento e recordam os seus ensinamentos radicais, procurando alguns mais destemidos pôr em prática algumas das suas ideias.

Este perigoso pregador e agitador nasceu no Médio Oriente e fez-se rodear em vida de um pequeno mas muito dedicado grupo de partidários que o acompanhavam por todo o lado. Embora de ascendência judaica por parte da Mãe, era fluente em aramaico, língua falada na Síria, suspeitando-se, assim, que tivesse ligações a redes culturais envolvendo esse país.

A verdade é que em seu nome, mas sem o seu consentimento, e contra o que podemos adivinhar ser a sua vontade, se cometeram hediondas atrocidades, se perseguiram e mataram milhões de pessoas. Também em seu nome, embora mais raramente e menos visivelmente, se praticaram atos de grande despojamento, de total entrega aos outros, de enorme abnegação ao próximo e extrema bondade.

Preso pelas tropas de ocupação foi entregue às autoridades judaicas de Jerusalém tendo sido julgado sumariamente, sem advogado de defesa, e condenado à morte, sentença prontamente executada. Morreu jovem. Tinha 33 anos.

A sua cidade natal, Belém na Palestina, está hoje completamente cercada por tropas israelitas para impedir a maioria dos seus conterrâneos de aí retornarem para comemorar em liberdade o seu nascimento.

O seu verdadeiro nome desconhecido até para os seus fiéis, as suas perigosas doutrinas de amor ao próximo esquecidas e adulteradas, o seu aniversário convertido numa orgia de consumismo que exclui a maioria, padres e bispos de um ramo importante da religião que o reclama expostos na praça pública como pedófilos, que tem Yehoshua bin Yussef ainda para oferecer à Humanidade? Nada respondem alguns, o regresso à pureza da mensagem original, a única por que é responsável, sugerem outros.

Yehoshua bin Yussef, que pode traduzir-se como Jacob filho de José, é mais conhecido no ocidente pela transliteração da palavra grega Iesous que produziu o vocábulo Jesus.

Nesta ocasião em que se comemora então o nascimento de Yehoshua bin Yussef a todos quero desejar um Bom Natal e um Próspero Ano Novo.

Economista